Os casos de acidentes que necessitam de atendimento médico, mas não levaram a afastamento, também aumentaram. Foram de 43% em 2011 para 48% este ano. Um dos casos é o da dona de casa Maria Adelina Soares de Pinho, 63 anos, vítima de queda na loja Vila Mariana do Supermercado Pastorinho, em dezembro de 2011.
“Após pagar minhas compras no caixa, escorreguei numa poça de azeite que não havia sido limpa corretamente”, conta ela, que sofreu três fraturas no punho esquerdo. “Passei por cirurgia e fiquei com uma cicatriz de cerca de 8 centímetros”, relembra ela, que reclama que o supermercado se limitou a pagar os gastos médicos particulares. “E os dias sem trabalhar na lanchonete do meu marido? E o custo de ter de pagar uma empregada para limpar a casa? Sem falar nas dores terríveis com seguidas sessões de fisioterapia, no risco de perder alguns dos movimentos da mão. Tudo isso fica por conta do cliente?”, reclama.
Procurado, o Supermercado Pastorinho afirmou que a cliente pediu indenização desproporcional e não enviou os comprovantes dos gastos médicos para análise e eventual pagamento.
“Os acidentes de consumo estão aumentando e os problemas têm ficado mais sérios. Isso causa prejuízos aos cofres públicos (aumentando gastos do SUS) e também à atividade econômica, já que as empresas produzem menos sem os funcionários”, alerta Rose Mary Maduro, coordenadora do monitoramento de acidentes de consumo do Inmetro.
Nos Estados Unidos, onde esse tipo de acidente é registrado há 30 anos, os dados apontam para 10 milhões de atendimentos médicos por ano e um prejuízo anual de aproximadamente US$ 730 bilhões, o equivalente a 1/4 do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, com danos à propriedade, mortes e tratamentos. No Brasil, eletrodomésticos são os maiores causadores de acidentes segundo o Inmetro, com 22% do total.
Fonte: Jornal da Tarde – Economia